MENINO MADRUGADA
Aquele menino
Tão valente...
Tão franzino...
Quebrava vidraça
Jogava uma bola
Fazia pirraça...
Apenas criança...
Provando do mundo
Com desconfiança
Mau não era...
Uma semente
Só na espera...
Na espera do pão
Na espera do pai
Na espera do chão
Na espera do dia
Na espera... Conforto
Viver? Que agonia!
Mas o quê ele via
De sua janela
Jamais entendia
Policia correndo
Mendigo na rua
O povo sofrendo
E o mundo girando...
Nem bom, nem ruim
Somente passando...
Não vai à escola
Ninguém a cobrar
A vez é da cola...
Depois é da rua
Menino aprendiz
Menino sem lua...
Perdeu sua alma
A sua inocência
Agora sem calma...
Fugir e fugir...
Roubar e vender
Vender e mentir
A bala perdida
Mas com direção
Tirou sua vida...
A vida tão pouca
Tão pouco durou
Oh! Vida tão louca
Foi só um segundo
Um grito no tempo
No tempo do mundo
Foi coisa perdida
Largada, deixada...
A vida vivida...
Foi só um menino...
Querendo aprender
Provar do destino
Foi uma criança
Que nunca cresceu
Foi só esperança...
Não amanheceu
Foi só madrugada...
Mas como doeu!
Gastão Ferreira
Iguape/SP
sexta-feira, 28 de maio de 2010
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