domingo, 23 de outubro de 2011

Quem não mente?...


MENTI SIM!...



Eu menti, menti mil vezes

Espantando a solidão...

Eu menti todos os meses

Por temer a rejeição...


Nunca menti a mim mesmo

Isso nunca aconteceu...

Na vida segui a esmo

No silêncio que sou eu!


Triste ser acorrentado

Vivendo dentro de mim

Provo o fruto do pecado

Sem sair do meu jardim!


Eu menti, menti verdade

Que o espelho não reflete

Buscar a felicidade...

Só a mim é que compete!


Gastão Ferreira/2011

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Histórias da tribo...


O PAGÉ CONTOU...



Anhangá pediu passagem

Aos caminhos de Tupã

Para seguir a viagem

Na neblina da manhã...


Viu a Iara na lagoa

Encantando o pescador

Que saltando da canoa

Afogou-se em seu Amor


Viu na mata Curupira

Um estranho andador

O Saci que gira, gira...

Assustando o sonhador


Anhangá viu no escuro

O que da tribo restou...

Tantos filhos sem futuro

E de tristeza... Chorou!


Gastão Ferreira/2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dia da eterna CRIANÇA


DIA DA CRIANÇA...



Somos sempre crianças

Querendo ou não...

No sorriso nas danças

Nas esperas em vão...


Sou eterno menino

Esperando crescer

No espelho destino

Ainda posso me ver


Um garoto animado

Contente de mais...

Moleque embirrado

Chorando seus ais...


Um miúdo inocente

Na Terra a brincar...

Um pedaço de gente

Aprendendo a sonhar!


Gastão Ferreira/2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Senzala...


SENZALA...



Saudade chegou fingindo

Sem perguntar por você;

Repara que dia lindo...

Estás bem triste! Por quê?


Parece que está faltando

Um brilho no teu olhar...

E essas dores cantando

São frutos do teu cismar?


Ela chegou de mansinho

Se passou por doce amiga

Já arrumou seu cantinho

No meu peito fez guarida


Saudade sentou na sala

Tomou conta do lugar...

Transformou em senzala

O sossego do meu lar!


Gastão Ferreira/2011

sábado, 8 de outubro de 2011

REENCARNAÇÃO...


EXILADO...



No aconchego do ninho

Asas prontas pra voar

Cacei em outro caminho

Novo abrigo outro luar!


No meu peito a saudade

Nunca deixou de chorar

Conheci tanta maldade

Nas lonjuras do meu lar!


Vim saudar os companheiros

Vim buscar meus inimigos

Dos passados espinheiros

De outros tempos já vividos!


Vim testar o meu destino

Na fogueira das vaidades

Era este o meu arrimo...

Entender velhas verdades


Minha alma agradecida

Já cumpriu sua missão

Eu vivi a minha vida

Numa imensa solidão...


Foi o preço combinado

Muito antes de voltar...

Vim por Amor exilado

Para de mim me salvar!


Gastão Ferreira/2011