sábado, 15 de janeiro de 2011

POR VEZES


POR VEZES



Por vezes a gente se apega

Até onde não se pode pegar

Por vezes a gente se nega

O não querer mais enxergar


Barco que sozinho trafega...

Não pode num porto aportar

Lembrança onde a vida navega

Lembranças que fazem chorar.


Por vezes a gente pergunta

O que não é bom perguntar

A resposta às vezes se junta

Ao que nunca se pode contar


Essa nuvem que passa sozinha

Fugitiva na tarde que cai...

Solitária na tarde caminha

Para aonde será que ela vai?


Gastão Ferreira/2011

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

VELHO POÉTA


VELHO POÉTA



Minha alma já cansada

Vive sempre a observar

Passarinhos na ramada

Sabiá a me encantar...


No sorriso das crianças

Nos recados de um olhar

Esses restos de esperanças

Podem tanto nos contar...


Nos mostrar as fantasias

As mentiras de enganar

Carnavais de alegorias

Na calçada a encenar...


Entre dramas e cantigas

Entre risos e chorar

Nessas ruas tão antigas

Poesia vem sonhar...


Gastão Ferreira/2011

CREIO QUE...


CREIO QUE...



A vida é igual viagem...

Aprendizado profundo

E trazemos na bagagem

A nossa rota no mundo!


Andamos pelos caminhos

De maneiras diferentes...

Convivendo com espinhos

Que ferem a alma da gente


Ao retornar para a casa

No fim de cada missão,

Quem sabe ganhamos asa

Para voar na amplidão!...


Creio que noutro cantinho

Nos espera um novo lar...

Minha alma é passarinho!

Vive na Terra a cantar...


Gastão Ferreira/2011

EM SOLIDÃO


EM SOLIDÃO



Minha alma leve

No azul flutua...

No momento breve

Da lembrança tua.


Se a dor persiste

Ao te recordar...

O amor resiste

Em querer voltar.


Tola fantasia...

Tarde de garoa

Tanta poesia

Pela vida voa!


Na porta fechada

Do meu coração

A alma trancada

Chora em solidão!


Gastão Ferreira/2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

EXILADO


EXILADO



Quem diria que a saudade

Me virou pelo avesso...

Foi embora a mocidade

Sem deixar novo endereço.


Dos amigos que partiram

Em busca de um novo lar

Da Terra se despediram

Para nunca mais voltar!


Dos meus pais que se foram

Na invernada da vida...

Na minha alma deixaram

Essa saudade doída...


Quando chegar minha hora

Espero estar preparado...

Meu coração ri e chora

Não quer viver exilado!


Gastão Ferreira/2011